Por que o Brasil desperdiça 67,9% da sua malha hidroviária?

Com 12 regiões hidrográficas e rios navegáveis de grande importância econômica, o país enfrenta entraves burocráticos e a ausência de uma legislação específica para o setor, o que limita seu desenvolvimento.

De acordo com um relatório da Confederação Nacional do Transporte, dos 63 mil km disponíveis para transporte hidroviário, 67,9% não são utilizados comercialmente, o que representa quase dois terços dessa infraestrutura não aproveitada.

Apesar disso, o volume de cargas transportadas por hidrovias cresceu quase 35% na última década, indicando um grande potencial de expansão caso o setor receba mais atenção.

Transporte rodoviário ainda domina no Brasil

Atualmente, 65% do transporte de cargas no país é realizado por rodovias. Essa dependência excessiva impõe custos elevados com infraestrutura, manutenção das vias e frete.

Além disso, o alto fluxo de caminhões contribui para o aumento de acidentes, emissões de gases poluentes e ineficiências logísticas, especialmente em trajetos de longa distância.

Em contraste, o transporte hidroviário é mais barato e sustentável, pois não demanda manutenção constante das vias e tem menor impacto ambiental.

Brasil é o terceiro país mais navegável do mundo

Com mais de 50 mil km de rios navegáveis, o Brasil ocupa a terceira posição global em potencial hidroviário, ficando atrás apenas de China e Rússia. Ainda assim, apenas 5% do transporte de cargas nacional ocorre por vias fluviais.

Atualmente, cerca de 30% da malha hidroviária do país é utilizada para transporte comercial, incluindo cargas e passageiros. As principais regiões nesse contexto são a Amazônica (com cerca de 16 mil km navegáveis) e a do Tocantins-Araguaia (perto de 1,4 mil km).

No ano passado, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) aprovou um estudo que identificou quase mil quilômetros adicionais de vias navegáveis no país. Além disso, projetos de ampliação das hidrovias do Rio São Francisco e da Bacia da Lagoa Mirim (RS) estão em andamento, visando um sistema de transporte intermodal mais eficiente.

Principais hidrovias do Brasil

No Brasil, algumas hidrovias representam uma parcela considerável desse tipo de transporte e têm grande importância para a economia nacional. As principais são:

  • Solimões-Amazonas: atravessa o Rio Amazonas, o maior do mundo, conectando o Brasil a outros países e servindo como via essencial para cidades como Belém e Manaus.
  • Tietê-Paraná: com 2.400 km de extensão, liga São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, sendo importante para o escoamento da produção agrícola e industrial.
  • Araguaia-Tocantins: possui 2.640 km e atravessa Goiás e Pará, com grande potencial para comércio internacional. No entanto, sua ampliação está parada há 50 anos.
  • São Francisco: com 2.830 km, passa por Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe, Bahia e Alagoas, essencial para o desenvolvimento do Nordeste.

Perspectivas para o futuro

O transporte hidroviário no Brasil ainda tem um grande potencial a ser explorado. Sua ampliação poderia beneficiar a economia nacional e, ao mesmo tempo, reduzir a poluição e os custos logísticos.

Para que isso ocorra, é fundamental um plano nacional de investimentos e planejamento estratégico, o que torna esse modal mais viável e competitivo em larga escala.

Caio Ferreira Irineu
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By King post

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